Os
antigos combatentes da província da Huíla continuam a manifestar o seu
descontentamento pela forma como o mais alto comando das Forças Armadas
Angolanas (FAA) tem promovido algumas figuras locais, entre empresários e
políticos, ao generalato.
Uma dessas figuras é o actual deputado e
primeiro secretário do MPLA na Huíla, João Marcelino Tyipinge. O referido
político está inscrito na Caixa Social das FAA, com a patente de
tenente-general, recebendo um subsídio equivalente a cerca de US $3,000 mensais.
Como deputado, João Marcelino Tyipinge aufere o equivalente a US $15,000
mensais, incluindo subsídios.
Fonte:
MaKa Angola
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVZEdnokdcXqWvIae9eU6YJh-qJJxmqzEZOAB7nfJh9qAt7I39AxKmaIL3D_U4Un9sBeQMz40YY3wEz8ku0UCZU8HwgEiaw5Xb8njPNOW4iM_Kp8PpjEre2gfnnbqlglsizhtyayFMRQU/s1600/MarcelinoTyipinge-150x150.jpg)
“Nunca vi o Tyipinge a envergar a farda
das Forças Armadas Populares de Libertação de Angola (FAPLA). Eu e ele lutámos
pelo exército português e, depois da independência, trabalhámos juntos na
alfabetização, na secção de ensino de adultos na escola do partido [MPLA]”,
confidenciou um antigo colega seu sob anonimato.
O perfil do deputado,
no sítio da Assembleia Nacional, não inclui qualquer passagem pelo exército,
português ou angolano. Os dados biográficos do deputado indicam que, de 1972 a
1986, foi “funcionário público do Ministério da Educação”; de 1982 a 1986,
“quadro do partido na Huíla” e, desde então, secretário nas mais diversas
funções, no secretariado do MPLA na Huíla.
O presidente do Fórum Independente dos
Desmobilizados de Guerra, coronel Nunes Manuel, disse ao Maka Angola ter conhecimento sobre a
promoção partidária de João Marcelino Tyipinge ao grau de tenente-general.
“Esse facto deixa muitos companheiros nossos entristecidos pois muitos deram a
vida à causa do país e não são valorizados. É muito triste”, disse o coronel na
reserva.
Por sua vez, o empresário e membro do
Comité Central do MPLA, Tulumba Kaposse, ostenta a patente de coronel sem ter
cumprido serviço militar, com direito a pagamento mensal pela Caixa Social das
FAA. Em 2008, os militantes do MPLA chumbaram a sua candidatura ao Comité
Central, assim como a do empresário e tenente-general fantasma Luís da Fonseca
Nunes. No entanto, ambos acabaram por ascender aos altos escalões do MPLA por
via do tráfico de influências em Luanda.
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